segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Solto no tempo


correu solto no tempo, saltou/ tropeçou, se estendeu, levantou/ levou grito, pisada e gemido/ ficou doido e girou sem sentido/ de tristeza caiu na risada/ bebeu muito e chorou na calçada/ e corria sem ter direção/ com vontade e sem nenhum tostão/ era feio feito um bicho diurno/ um boêmio, um cantor vagabundo/ foi poeta, ladrão, escritor/ só vivia falando em amor/ acordava sozinho todo dia/ em colchões que ele não conhecia/ e tremia pra tomar cachaça/ e vivia atoando na praça.


(Ortinho)

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